Como parte da programação especial pelo Agosto Dourado, a Superintendência de Saúde e Medicina Ocupacional da Assembleia Legislativa de Roraima (ALERR) promoveu, nesta segunda-feira (18), homenagem às mães doadoras de leite humano e às instituições parceiras na causa do aleitamento materno. O evento ocorreu no plenarinho Valério Caldas de Magalhães.
O certificado “Amigo do Peito” foi entregue como forma de reconhecimento ao trabalho essencial de doação, logística, articulação e conscientização. Foram homenageadas mães cadastradas no Banco de Leite Humano, parlamentares autores de leis relacionadas ao tema, servidores do Hospital Materno Infantil Nossa Senhora de Nazareth e representantes do Corpo de Bombeiros, responsável por coletar o leite nas residências das doadoras e garantir a entrega com segurança ao banco.
Bruna Aquino, mãe do pequeno Theo, de um ano de idade, foi uma das homenageadas. Ela conheceu o banco de leite ainda na maternidade e, sensibilizada pela importância do aleitamento, tornou-se doadora. “É muito gratificante saber que, com um simples gesto, posso ajudar outras mães e salvar vidas”, declarou. Atualmente, cerca de 70 mães estão cadastradas como doadoras ativas em Roraima.
Durante o evento, o deputado Dr. Cláudio Cirurgião (União), presidente da Comissão de Saúde e Saneamento da Casa, destacou a importância da pauta. “Amamentar é mais que um gesto de amor. É promoção de saúde para o bebê e para a mãe. Defendo que todos nós, como parlamentares, apoiemos iniciativas como a criação de espaços para amamentação dentro da própria Assembleia”, disse o parlamentar, que também é pai de duas filhas.
“A possibilidade de transformar aquilo que vivenciamos como mães em projetos, leis e ações concretas é uma das grandes forças do nosso mandato. Essa homenagem de hoje representa não só reconhecimento, mas também empatia. Quem passou pelas alegrias e dificuldades da amamentação entende o quanto é importante acolher e apoiar outras mulheres nesse processo,” enfatizou a deputada Catarina Guerra (União).
A superintendente de Saúde da ALERR, Camila Costa, ressaltou o papel coletivo da ação. “Temos uma rede envolvida: bombeiros para a coleta, mães doadoras, profissionais do banco de leite e deputados comprometidos com leis de incentivo. São mais de 70 mulheres ativas, além do apoio logístico e institucional, que tornam possível atender à UTI neonatal com leite seguro e de qualidade”, pontuou.
O tenente Daniel, chefe da equipe de logística do Corpo de Bombeiros, explicou como funciona a operação. As coletas são feitas três vezes por semana – às segundas, quartas e quintas – em domicílio. “Estimamos que, só no último mês, realizamos cerca de 100 coletas, o que resultou em aproximadamente 90 litros de leite humano. No balanço semestral, já ultrapassamos mil coletas e quase mil litros processados”, informou. O leite doado passa por controle de qualidade antes de ser destinado aos bebês prematuros internados.
Silvia Furlin, coordenadora do Banco de Leite Humano, reforçou que o trabalho é coletivo. “Temos uma equipe unida por uma única missão: garantir vida e saúde a quem mais precisa. Também damos suporte a mulheres com dificuldades para amamentar, com atendimento especializado e humanizado”, completou.
Outro destaque foi a homenagem à professora Gisele Oliveira, coordenadora do projeto “Potes de Amor”. Criado em 2018, a ideia surgiu após o nascimento prematuro de seu filho. “Na época, os potes de vidro para armazenar o leite foram fundamentais. Resolvi unir o social ao pedagógico e levei o projeto para a escola Oswaldo Cruz. Os alunos se encantaram. Já estamos na sétima edição e arrecadamos mais de 500 potes só este ano”, contou.
O evento integra o calendário do Agosto Dourado, campanha nacional de valorização do aleitamento materno. Em Roraima, o tema é amparado por diversas legislações aprovadas pela Assembleia. A Lei nº 1.413/2020, instituiu o Dia Estadual do Aleitamento Materno (1º de agosto) e o próprio Agosto Dourado no estado ([confira aqui](https://sapl.al.rr.leg.
Outras normas complementares fortalecem a política pública de amamentação. A Lei nº 1.558/2021, garante o direito de mães amamentarem durante concursos públicos. Já a Lei nº 2.138/2025, obriga instituições de ensino superior, públicas e privadas, a manterem espaços adequados para amamentação e fraldário. Além disso, a Emenda Constitucional nº 68/2019, de autoria da deputada Catarina Guerra (União), ampliou o tempo de contato entre as servidoras mães e seus bebês até o primeiro ano de vida.
Dentro da própria ALERR, foi implantado um espaço de amamentação, aberto tanto às servidoras quanto ao público feminino presente na Casa. A iniciativa reforça o compromisso do Legislativo roraimense com a promoção da saúde e o bem-estar de mães e bebês.
